quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Marcadores: Meio-ambiente
Como se não bastasse, não aproveitamos. Não como deveríamos. Ocorrem grandes queimadas, poluição dos rios, das praias, do ar. Temos que nos preocupar com a extinção, com a nossa comida.
Em muitos filmes, como "Um dia depois de amanhã", "Guerra dos mundos", entre outros do gênero, vemos o que está "previsto para nosso futuro"; e, olha que legal: não ligamos. "Poxa, que filme legal! Que bem feito! Gostei!"
Talvez, e provavelmente, não estaremos para ver o comércio de água, de ar, de vidas que haverá daqui algum tempo, se continuarem as coisas como estão. Mas, nossos filhos, netos, pessoas que não conhecemos e nem vamos conhecer, participarão disso. E, bom, elas não poderão fazer nada. E a culpa não vai ser delas. Será nossa.
Kah - 19:43 |
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Marcadores: Política
Seguindo o coelho branco
Mercado¹ é uma das palavras de que menos gosto. Sozinha, não tem significado algum para mim, nem transmite a complexidade e o alcance daquilo que significa. Sou a favor de, em português, o mercado passar a se chamar "matriz". Tenho algumas justificativas para apresentar aos gramáticos e puristas da linguagem, caso algum deles crie caso:ARGUMENTO 1. Seria muito mais interessante ver, ouvir e ler notícias como "A matriz está em recessão" ou "A matriz reagiu ao recente aumento do preço dos barris de petróleo".
São esses os meus argumentos para minha proposta de troca do termo mercado. É inegavelmente verdade que permitimos que o mercado nos governe, seja nosso monarca, dite as regras de nossa existência. Por quê? Essa é uma questão essencialmente psicológica. Minha resposta para ela é simplória e, talvez, até mesmo insatisfatória, mas arrisco-me, mesmo assim, a responder:
ARGUMENTO 2. O mercado, como a Matrix cinematográfica, "está em toda parte". Na verdade, ele é a nossa Matrix (então, sim, ela existe neste Universo). Tenho mais justificativas a favor do Argumento 2. Vejamo-nas:
"facilitar" nossas vidas. Teoricamente o Sistema rege nossa Matrix, mas quem é
realmente responsável por ela, por sua existência e manutenção, é a sociedade. Se a sociedade faz o mercado, onde ela está presente, ele também pode ir.
B) Toda a PES (política, economia e sociedade) depende do mercado, atualmente, para existir. O capitalismo, por exemplo, nada mais é que um dos mecanismos do
mercado, sua organização sobre uma base monetária.
C) "O capital é o único monarca"³ da humanidade. Um monarca, teoricamente, tem poder sobre todo o seu reino. Logo, está em todos os lugares. Se o capital serve ao mercado, temos aí nossa justificativa para sua onipresença.
ARGUMENTO 3. Estamos plugados à matriz-mercado e somos dependentes dela a tal ponto que toda a nossa vida depende de sua existência e daquilo que ela provê: nosso sustento, nossa satisfação pessoal, etc. Assim também se encontravam os seres-humanos que, na trilogia Matrix, estavam conectados à simulação homônima."A exemplo de uma máquina comum (um eletrodoméstico, talvez), precisamos de dois tipos de energia para operarmos. A máquina necessita de força mecânica, elétrica, térmica, etc., e também da nossa, de nossas ordens ou programações. Já nós necessitamos da 'energia biológica' e da programação inerente à nossa própria espécie. Só que, assim como as máquinas (ainda) não podem se auto-programar de modo funcional, também nós não podemos".
Quê?! Esse é o ponto. Simplesmente não conseguimos nos isolar do meio para que possamos escrever nosso próprio Programa_de_Vida.exe. Ao longo do tempo, apenas fomos condicionados a aceitar as diretrizes d'O Sistema como nossas próprias. Nos tornamos prolongamentos de uma realidade virtual (pois todo Sistema é baseado em um conjunto de leis e regras globais não-naturais, criadas para manter a ordem social. Nota: não se questiona aqui a importância dessas regras). O Sistema, imaterial, se manifesta através de nós, nossa mente e corpo. Somos suas mãos - suas únicas mãos.
Em nós, ele se manifesta, primariamente, na necessidade compreensível e necessária de nos organizarmos em grupos sociais. Não, o Sistema não é um erro ou aberração em sua essência. O problema reside em sua manifestação secundária: através daqueles que nele vivem e são alimentados pelas suas diretrizes (muitas vezes, aparentemente apenas por essas). O que deveria ser um modo dinâmico de interação social tornou-se, quem sabe, o vírus-mor da humanidade. Estou falando do mercado.
Das interações sociais foi que surgiu o mercado, que adaptou o Sistema, pré-existente, a si, e não o contrário. Leia-se "a economia engoliu a sociedade". O que você acredita que isso ocasionou? Exato: a desvinculação d'O Sistema de suas bases sociais originais, a sobrepujança (cruzes) do valor econômico sobre o valor social. Bingo! Você acabou de encontrar a origem de todos os males, a soma de todos os medos, a sombra e a escuridão, a queda e todos os outros nomes de filmes que remetem não ao capitalismo, mas, sim, ao capitalogos, à doutrina do capital que se sobrepôs à razão, à lógica social.
Gosto de chamar o mercado de matriz pois, além dos três motivos anteriormente apresentados, como a Matrix do cinema, ele se superpõe à realidade. Vivemos, hoje, em um mundo ideal, fechados na redoma em que o mercado nos prendeu (logicamente, para se expandir às custas de nosso exacerbado consumo). Somos como os prisioneiros da caverna de Platão.
Esses são exemplos de seres-humanos que vivem à margem ou fora do mercado, da nossa matriz. Não porque querem, mas sim pois uma série de fatores conduziu-os a essa realidade. São os desplugados, ou exilados.
Pergunto: aonde você quer estar, jundo dos exilados ou dentro da matriz? Como eu, creio que você não gostaria de se desplugar, não adianta fugir dessa verdade. Para quê? Para passar fome, viver em mínimas condições de sobrevivência? E o pior: sem nenhuma perspectiva de mudança de vida para você e os demais desplugados.
Algo que devemos ter é mente é que os missionários, as ONGs e todos aqueles que, com ideais filantrópicos, saem em auxílio desses exilados, são, na verdade, em sua esmagadora maioria, agentes da matriz. Buscam incluir, mesmo que com bons propósitos, os exilados no mercado. Realmente, ele está em toda a parte.
Onde está o erro na caridade? Não está, pois não existe. Platonicamente, a idéia caridade é perfeita. A versão 3.0 (e posteriores) da matriz-mercado foi que a arruinou.
Ir até onde há miséria e sofrimento praticar caridade é perfeitamente compreensível e necessário. A falha do ato reside em como ele é praticado, em seus, chamemos assim, ideais ocultos. Veja:QUESTÃO. Por quê (re)incluir os desplugados no mercado?
Esse ideal de garantir "carne fresca" à nossa Matrix não pode ser tido como pertencente aos capitalistas, industriais, banqueiros ou outras classes sociais abastadas. Essa é uma idéia característica de todos nós, consciente ou subconscientemente.
( ) A) Para que eles melhorem suas condições de vida;
( ) B) Para que se integrem à sociedade global;
( ) C) Para que acompanhem o desenvolvimento do restante do globo;
( ) D) Para que sirvam de mão-de-obra ou corpo-de-consumo a ele.
RESPOSTA: Aos olhos dos filantropos, as alternativas A, B e C estão todas corretas, pois esses são, muitas vezes, o objetivo dos mesmos. Já para aqueles que se permitem enxergar o mercado como uma equação que engloba todas as outras equações (a política, a sociedade, etc.), a alternativa correta (considerando-se apenas os objetivos do mercado) é a de letra D.
Cegamente acreditamos no mercado e o vemos como solução única para todo e qualquer tipo de mazela social, afinal de contas, se funciona para nós, há de funcionar para os exilados também! Mas quem disse que funciona para nós? Para mim, algo funcional deve, necessariamente:
Se esse determinado algo não está de acordo com essas três regras é porquê não funciona e deve ser substituído por uma alternativa eficiente o mais rapidamente possível. O fato é que o mercado simplesmente não atende a essas regras: não abrange a totalidade das sociedades em que está presente para que lhe seja oferecida a possibilidade de sobrevivência e evolução; nem todos os seres-humanos possuem acesso a ele se não seguirem o modus vivendi por ele imposto; não soluciona a questão da troca de bens, muitas vezes sofrendo convulsões provocadas não por alterações em suas leis mais básicas, mas sim por informações e suposições falhas.
Então, que fazer? Obviamente, a meu ver, a matriz-mercado deve ser desligada, todos devemos nos desconectar da influência arrasadora do capital, do marketing, das sociedades de consumo. Viveremos sem um sistema econômico, então? Não. Ninguém deve tirar os méritos da economia, responsável por diversos avanços políticos, sociais, econômicos e ambientais promovidos e sofridos por nossa espécie.
Então, novamente, temos a pergunta: que fazer? Siga o coelho branco da liberdade, expanda sua mente. Saia da matriz. Exato, seja um desplugado, um exilado! Se há alguns parágrafos atrás afirmei que tornar-se um desplugado não colabora em nada para a melhoria da condição dos mesmos e de nós próprios, agora, após discutirmos mais profundamente o mercado, podemos concluir que só o compreendemos quando nos permitimos ver "de fora" aquilo que ele é. Há de concordar que se torna mais fácil subjugar aquilo que conhecemos.
Sair da matriz não significa abandonar sua cidade ou país e passar a levar uma vida errante, mas sim ter consciência dela e, na medida do possível (ou sempre), evitá-la, combatê-la, mesmo que seja de modo silencioso e isolado. E também unir-se aos outros desplugados, formando uma verdadeira Resistência à matriz.
Esse será o início da possível revolução 5.0 do mercado-matriz, em que ele será substituído por um novo tipo de relação econômica, que será guiada não pela preocupação com o capital, mas sim com o social. A moeda servirá à sociedade, não o contrário, e será valorizada conforme a condição de vida, o índice de desenvolvimento, das sociedades também se valorizar.
Chamo essa idéia de Teoria Sócio-econômica do Valor Social, ou NEO (Nova Economia Organizada), para os mais íntimos. Alguns insistem em chamar de socialismo. Não é, pois ela funciona como adendo ao sistema político, não como substituta desse.
Com a finalização da matriz e a adoção dessa nova idéia, haverá uma restauração d'O Sistema a, praticamente, sua forma original. É um processo de teoria complexa, mas de fácil execução. A única dificuldade é convencer as pessoas de que o atual mercado é ruim para a humanidade com um todo. Difícil, mas não impossível, nunca impossível.
Permita-se, hoje, ver até onde vai a toca do coelho. Tome a pílula vermelha.
¹ Economia - Conjunto de atividades de compra e venda de determinado bem ou serviço, em certa região. [Fonte: Dicionário Aurélio Eletrônico - Século XXI]
² "O Sistema", abordado mais uma vez neste artigo, é considerando como sendo a conjuntura política, econômica e social histórica e atual das sociedades humanas.
³ Cf. Thomas Füller (1608-1661), escritor inglês.
Anônimo - 13:33 |
domingo, 28 de outubro de 2007
Carlos Drummond de Andrade Marcadores: Editorial
Os homens são amiúde repreendidos porque os seus desejos são direccionados sobretudo para o dinheiro e eles amam-no acima de tudo. Todavia, é natural, e até mesmo inevitável, amar aquilo que, como um Proteu infatigável, está pronto em qualquer instante para se converter no objecto momentâneo dos nossos desejos e das nossas necessidades múltiplas. De facto, qualquer outro bem só pode satisfazer a um desejo, a uma necessidade: os alimentos são bons apenas para os famintos; o vinho, para os de boa saúde; os medicamentos, para os doentes; uma peliça, para o inverno; as mulheres, para os jovens, etc. Todos eles, por conseguinte, são meramente bons para algo, ou seja, apenas relativamente bons. Só o dinheiro é o bem absoluto, porque ele combate não apenas uma necessidade in concreto, mas a necessidade em geral, in abstracto.
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'
Essa semana nós indicamos a trilogia Matrix (Matrix, Matrix Reloaded e Matrix Revolutions), com Keanu Reeves, Hugo Weaving, Laurence Fishburne e Carrie-Anne Moss. Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem programador de computador que mora em um cubículo escuro, é atormentado por estranhos pesadelos nos quais encontra-se conectado por cabos e contra sua vontade, em um imenso sistema de computadores do futuro. Em todas essas ocasiões, acorda gritando no exato momento em que os eletrodos estão para penetrar em seu cérebro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheus, entretanto, está convencido de que Thomas é Neo, o aguardado messias capaz de enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade.
Fonte: AdoroCinema.com.br
Anônimo - 20:31 |
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Marcadores: Sociedade
A foto acima ilustra uma situação conhecida por todos nós: a fome, principal causadora de mortes em algumas regiões do mundo. Todos os dias milhares de pessoas morrem nessa situação. Corpos esqueléticos são enterrados em pequenas covas no meio do nada.
Enquanto isso ocorre, o mundo permanece apático. Somos capazes de gastar milhões de reais, financiando guerras inacabáveis, que apenas causarão mais morte e sofrimento, ao invés de fornecer ajuda humanitária a países como a África, por exemplo.
Precisamos universalizar nossos sentimentos, não importa de onde somos, seja a China , Brasil ou Estados Unidos, todos nós somos seres humanos, todos nós sonhamos, tememos e ansiamos por alguma coisa.
Não fechemos nossos olhos para a injustiça social, não consideremos normal aquilo que acontece todos os dias1. Sejamos humanos.
1 Adaptação de uma frase de Bertolt Brecht
O Amor pelo Outro
Os filósofos e os próprios teólogos distinguem duas espécies de amor, a saber, o amor que chamam de concupiscência, que não passa do desejo ou do sentimento que se tem por aquilo que nos dá prazer, sem que nos interessemos se ele está a receber amor; e o amor de benevolência, que é o sentimento que se tem por aquele que, pelo seu prazer e sua felicidade, nos dá amor. O primeiro faz-nos visar o nosso prazer, e o segundo, o prazer do outro, mas como se fizesse, ou melhor, constituindo o nosso; pois, se não tornasse a cair sobre nós de alguma maneira, não poderíamos por ele nos interessar, porque é impossível, seja o que for que digam, nos desapegarmos do nosso próprio bem.
Juliana - 10:23 |
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Marcadores: Meio-ambiente
Sim! É fácil, bem fácil, e quase ninguém faz. Há sites que só de você entrar nele, pronto! Já ajudou um animalzinho.
Quer um exemplo? PEA. Quer outro? WSPA Brasil. PRAVI. Se quiser ver mais, procure no Google, tem vários deles.
Mesmo aqui no Vox Populi, ali do lado direito, há links desse gênero.
Não há nada de errado colocar 'a mão na massa'. Você não precisa participar de nenhum grupo para ajudar o meio ambiente.
Imagine que você está viajando, passeando, e vê que um trecho da mata está pegando fogo. O que custa pegar o celular, ou parar num posto próximo, e ligar para avisar isso?
Ajudar é tão fácil que ninguém faz. Então, provem-me que estou errada. Prove para si que nós temos jeito.
Kah - 22:56 |
terça-feira, 23 de outubro de 2007
A) Fraternidade significa viver em harmonia com aqueles que nos rodeiam, nossos concidadãos. Fazemos isso ou, seguindo a velha "doutrina" de nossa sociedade, expurgamos de nossas ruas, bairros e cidades aqueles que são julgados menos aptos, quer seja para o trabalho, a moralidade ou a intelectualidade? Leia-se somos demasiadamente preconceituosos em relação à raça, classe social, etc.
B) Fraternidade significa contribuir para o crescimento de nossos irmãos. Não digo dar dinheiro a quem precisa, pois isso não passa de assistencialismo, mas sim fornecer oportunidades para o crescimento daqueles que carecem de ajuda. Dar a vara de pesca, não o peixe¹, parabolicamente falando. Claro que não estou condenando aqui entidades filantrópicas que tratam de certos tipos de carências sociais (doenças, fome, etc.), mas sim aqueles programas, geralmente governamentais, que destinam a dar verba em vez de emprego. Não é melhor remunerar alguém pelo fruto de seu trabalho? Afinal de conta, com isso o cidadão pode crescer no emprego, e estará livre dos vícios que uma vida ociosa e sem perspectiva proporciona.
C) Fraternidade significa se preocupar com a condição do outro. Política, a ciência cuja 3ª definição do dicionário Aurélio para ela é: "Arte de bem governar os povos." É a política, a gerência do Estado (por obrigação constitucional), juntamente com o restante da sociedade (por obrigação moral), que deveria se preocupar com a condição de vida dos cidadãos de uma nação. Isso acontece? De uma forma bastante reduzida regionalizada, sim, mas não é o bastante. É preciso mais, pois aqueles que precisam de nossa ajuda são mais, não o menos que estamos acostumados a enxergar.
“O homem não é nada mais do que aquilo que faz a si próprio.”Jean-Paul Sartre, filósofo francês
Marcadores: Política
Anônimo - 20:24 |
domingo, 21 de outubro de 2007
Marcadores: Editorial
Semana passada
Continuem acessando o site e comentando os posts e aguardem, pois, em breve, teremos novidades para mostrar!
"Fraternidade significa entender que um grito de dor é igual em todas as línguas, e o mesmo se aplica a um sorriso".
Dadi Janki
Uma das definições do dicionário Aurélio para a palavra é: "União ou convivência como de irmãos; harmonia, paz, concórdia, fraternização." Nós desejamos que cada um dos leitores pense em sua própria definição do termo e veja se, segundo ela, ele vive uma vida fraternal. Se sentir-se à vontade, comente sua conclusão neste post.
Anônimo - 18:48 |
Marcadores: Economia
Diogo - 01:10 |
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Marcadores: Sociedade
Já foi a época em que fui marxista. Eu defendia com ardor a igualdade social e sonhava ser guerrilheira. Com o tempo amadureci. Através da história tive acesso, ao lado obscuro do socialismo e me decepcionei.
Quando adolescente tendia a idéias radicais, o meio termo era difícil de ser delimitado por mim. Por essa razão encontrei uma grande dificuldade em conceber a idéia de uma sociedade onde igualdade e liberdade coexistissem.
Até hoje essa questão ainda me aflige. Será que teremos que acreditar no discurso promovido pelos governantes de que uma sociedade sem injustiça social só é construída com a abolição da liberdade? Acho que não. Prefiro ser otimista e acreditar num futuro melhor. Quanto a isso faça do sonho de Martin Luther King o meu.
Henry Becque
S. Jerzy Lec
Juliana - 18:43 |
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Marcadores: Meio-ambiente
Mas também ninguém se digna a jogar seus restos onde deveria; todo mundo pensa que, com exceção dela própria, claro, o certo é jogar lixo no lixo. Contudo, sobretudo e infelizmente, todo mundo pensa assim e ninguém faz nada. Vemos os lixeiros na rua, os garis, limpando e limpando, incansavelmente. Dia após dia, e, logicamente falando, chegaria uma hora que não haveria NADA para ser limpo. Hah, não, não é assim.
Não digo para você, leitor, promover uma Campanha: "Vamos tornar o mundo limpo!". Seria clichê e brega, devo dizer. Só digo, peço, imploro, suplico: Poxa, joga o SEU lixo no lugar de direito. Sabe aquela balinha que você pegou na loja de R$1,99 porque a moça que estava no caixa não tinha trocado? O que custa a você, ao invés de jogar aquele mísero papelzinho na calçada, colocar no bolso até achar uma lixeira ou mesmo chegar em casa? Bom, mas vamos raciocinar juntos: "É UM papelzinho de bala. Que mau pode haver nisso? "Nada demais. Nada. Só que se cada pessoa, de cada rua, de cada bairro, de cada cidade, e por aí vai, jogar um papelzinho de bala... Bom, você pode ter noção de como será. E é suficiente, não quero nem pensar muito sobre. Principalmente se chover.
Voltando ao assunto principal; Não dá para se dizer que há igualdade no meio-ambiente.
Primeiro: não há água doce distribuída de forma igualitária. Segundo: as terras também não são distribuidas assim. Nem o ar puro. Nem as montanhas, o vento, os furacões. Petróleo, minério de ferro, hematita, e aí vai.
Não que vamos reclamar de não ter vulcões aqui, na nossa terra
(nossa terra). Mas há, em todos os lugares, a eterna busca pela vantagem e pelo lucro. Igualdade? Para quê? Não dá lucro.
Igualdade? Seria bom. Realmente bom. Mas seria, melhor ainda, se cuidassemos do que há ao nosso redor como se tudo fosse nosso; sim, puro e simples egoísmo. Egoísmo nosso, que recolhe nosso lixo e limpa nossas calçadas. Esse egoísmo que nos faz querer tudo aquilo que é nosso bonito, bom, do melhor. E esse mesmo egoísmo poderia salvar muita coisa.
Diga-me, se TUDO fosse seu... Você jogaria um papel de bala na rua? Jogaria uma latinha de coca no canteiro? E... Mesmo não sendo seu; você, por acaso, gosta quando fazem isso com o que é seu? Então, antes de tomar a atitude, mesmo que seja um panfleto de propaganda... Você gostaria?
Kah - 22:42 |
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Marcadores: Política"Quem se diz igual aos outros está a ver as diferenças, não as semelhanças."
Fica, então, a pergunta: nós, o povo, somos iguais aos políticos que nos governam? Muita gente considera uma afirmação desse tipo como uma das piores ofensas existentes. Infelizmente devemos dar razão a quem pensa assim, afinal de contas, os governantes desse país nos tratam como iguais?
"Foro privilegiado", por exemplo, é um termo que aprendi a repudiar, talvez do mesmo modo que a outros, como "acordar cedo na segunda-feira" ou "adoecer nas férias". Originalmente, a prerrogativa desse tipo de foro era sensata aos olhos da democracia, ou ao menos parecia ser, mas o fato é que hoje esse mecanismo do Judiciário contribui para a impunidade. Não digo apenas à falta de punição a políticos, magistrados, etc., que, de alguma forma, descumpriram as leis, mas também à transformação desses em alguma espécie de super-humanos¹.
O homem formou a sociedade, para governá-la criou a política e, para proteger seus escolhidos, certos mecanismos que dão a eles meios de continuarem seus trabalhos sem sofrer interrupção. Tais mecanismos não se resumem apenas ao foro privilegiado, mas abrangem uma grande gama de dispositivos que, geralmente, apenas pessoas ligadas ao poder público dispõem.
Com tudo isso, será que há mesmo alguma igualdade entre governados e governantes? Às vezes, em momentos mais pessimistas, consigo enxergar apenas uma: todos nós somos seres-humanos, invariavelmente.
O já referido Artigo 5º afirma que:Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (segue uma lista com 78 itens.)...
Se assim é, por quê nossos políticos e magistrados ainda insistem em dar continuidade a leis que limitam a igualdade humana? E não são apenas eles. Também nós, civis brasileiros, damos apoio surdo à distinção indevida quando não nos mobilizamos para, ao menos, protestar contra ela. Me parece que nos acostumamos a essas leis que não condizem com o que a maioria de nós acredita ser, realmente, igualdade, a ponto de não tomarmos uma posição contrária a elas.
Citei o foro privilegiado neste artigo apenas por ser ele o exemplo mais conciso, na realidade do nosso país, da desigualdade existente entre políticos e demais cidadãos. O que temos de ter em mente quando pensamos na (des)igualdade entre nós e nossos governantes é que ela se faz presente em diversas ocasiões e formas. Não é uma ou outra lei que nos faz desiguais, mas sim toda a conjuntura tanto jurídica quanto econômica e psicológica da sociedade e de nossos políticos. Temos, no Brasil, o péssimo hábito de pensar na política como solução, e, quando a politicagem não funciona, acreditar que ela não “cumpriu seu papel”. Isso é um erro.
A política é, na verdade, apenas um dos meios de se reger uma sociedade. Seu objetivo é promover a paz e a prosperidade entre os cidadãos de uma nação, conciliando a vontade dos mesmos para o bem de todos. A divisão bicameral, o parlamentarismo ou a monarquia são apenas modos de se fazer isso. A anarquia, por exemplo, prega uma sociedade sem governo. Isso funcionaria? Teoricamente sim, mas só na prática poderíamos tirar conclusões definitivas.
O que quero dizer é que a igualdade entre governantes e governados deve ser plena, pois, na verdade, os dois grupos são um só, já que o primeiro não existe sem o segundo. Assim sendo, como afirmei em meu último artigo (Que é liberdade para a política?), o compromisso maior dos políticos deve ser para com seu povo antes de para consigo mesmo. E a igualdade, para ambos, deve ser... igual.
Tanto o website da Câmara dos Deputados quanto o do Senado Federal possuem os e-mails de todos os deputados e senadores. Caso queira, entre em contato com o deputado e/ou senador de seu estado ou de outra unidade federativa à sua escolha para se informar ou fazer valer sua opinião acerca da igualdade política. Alguns deles realmente respondem.
[1] "Mostro-vos o super-homem. O homem é algo que deve ser sobrepujado. Que tendes feito para sobrepujá-lo? Todos os seres até hoje criaram alguma coisa superior a si mesmos; e vós quereis ser o refluxo deste grande fluxo e até mesmo retroceder às bestas, em vez de superar o homem?" - Friedrich Nietzsche, "Prólogo de Zarathustra"; Assim falou Zarathustra (1883)
Anônimo - 13:07 |
domingo, 14 de outubro de 2007
Marcadores: Editorial
Há muita gente lendo e não comentando. Por mais que isso seja "pedismo", não custa absolutamente nada comentar nos textos ou iniciar um debate! Aproveitando essa mensagem, agradecemos a todos que nos visitaram e se interessaram pelo site.
Como alcançar "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" no século XXI? Ou melhor: por quê ainda não alcançamos esses três objetivos? Será que, enquanto homens, nos falta algo? Ou estamos todos seguindo um caminho errado de realização pessoal e social?
Essa semana o Vox Populi quer responder a essas e a outras questões, elucidando os problemas sociais não só brasileiros como também de demais partes do globo.
Anônimo - 11:55 |
sábado, 13 de outubro de 2007
Se por acaso você não entendeu o que a frase acima quer dizer, definitivamente você não presta para o mercado. Preste muita atenção: existe liberdade para aquele que tem capacidade. Capacidade é uma habilidade de prender, receber ou absorver, ou uma medida disso, similar ao conceito do volume. (Wikipédia) Prender, receber, absorver, incorporar esse conceito à economia. Prender a atenção dos outros em si, atrair capital, receber homenagens como empresário do ano, absorver mercadorias, tudo isso em alto volume, crescer! Tornar o sonho realidade. “O poder é a capacidade de acessar o que é possível.”- Robert Fripp Por que liberdade econômica? Estamos tão bem assim, trocando nossos produtos e plantando nossa própria comida. Não! Queremos mais dinheiro! Queremos vender água engarrafada para o Tajaquistão. Liberdade, ó liberdade! Não precisávamos de tanta... Olhai e vede como o capitalismo é bom. Quem é rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre e o motivo todo mundo já conhece: “Laissez faire, laissez aller, laissez passer.” – Legendre Liberté Économique, talvez haja liberdade demais, aqueles que dominam a máquina produtiva ou especulativa, têm liberdade demais para ampliar seus horizontes, usar o sistema para beneficiar um seleto grupo de investidores. Está de acordo com a lei. Ainda tenho lá minhas dúvidas se estaríamos pior sem essa maldita. A balança tem que pender para um dos lados, o equilíbrio é impossível nesta dimensão. Ainda que você não entenda nada sobre economia, analise os gráficos e tire suas próprias conclusões. Marcadores: Economia
Liberté Économique
Diogo - 22:28 |
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Marcadores: Sociedade
O homem nasceu livre, e em todos os lugares ele está acorrentado.
(Jean-Jacques Rousseau)
O destino dos homens é a liberdade. (Vinícius de Morais)
A liberdade é irmã da solidão. (Léa Waider)
Cada um tem a sua opinião de liberdade porém nenhuma pessoa tem noção do que ela é. (Eduardo Lemos)
Juliana - 20:36 |
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Marcadores: Meio-ambiente"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
Cecília Meireles
Há muita propaganda sobre o aquecimento global, o derretimento de geleiras, sobre animais em extinção, e sabe o que fazemos? Aposto que pensou: "Ora, existem ONGs, grupos, etc., para cuidar disso. Vamos ajudá-los, certo?". Errado! Estou falando que NÓS (no plural, leu bem?) podemos fazer mais do que isso.
Sabe aquelas bondosas velhinhas que colocam água com açúcar, ou com groselha, para os beija-flores? Elas fazem mais que muitas pessoas. Sabe aquelas pessoas que jogam o farelo de pão na grama para os passarinhos? É, também falo disso.
Será que nas vinte e quatro horas que temos por dia não podemos tirar dois minutos para dar um pouco de farelo aos pássaros ou para regar uma planta? E no nosso fim de semana? Será que, ao invés de ficarmos reclamando da política, do clima, do vizinho barulhento, não podemos plantar uma muda de planta? Não tomaria mais do que dez minutos, e nossos filhos e netos agradeceriam.
Liberdade no meio-ambiente? É a mesma liberdade que você tem para se cortar. Você pode até fazê-lo, mas deve saber que, depois, haverá danos, talvez irreparáveis. É aquele tipo de liberdade que nos faz agir mesmo sabendo que as conseqüências não serão boas. Não serão NADA boas.
Todos temos liberdade, inclusive aquele seu cachorrinho que está esquecido no quintal, ou aquele peixinho que você tem no cômodo da sala, que sempre esquece de alimentar. E a liberdade deles é tão restrita quanto a nossa, só que com uma diferença: eles não escolhem colocar-se atrás das grades, como nós fazemos.
"Algum dia após termos dominado os ventos, as ondas dos mares e a gravidade, nós clamaremos a Deus para que nos permita controlar as energias do Amor. E, então, pela segunda vez na história do mundo, o homem terá descoberto 'o fogo.'"
Autor desconhecido
Anônimo - 17:57 |
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
"Praticamente não existe palavra nos dias de hoje que se tenha usado tão mal como a palavra 'livre'... Não confio nela porque ninguém quer a liberdade para todos; todos a querem para si."
Artigo 3º. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.Logo, é, no mínimo, "indeclaracional" limitar a liberdade de ir-e-vir ou trocar-e-trocar de um político devido à afirmação de que o que importa é o interesse da agremiação da qual ele participa, não do próprio indivíduo. É verdade. Mas será que, nesse caso, devemos respeitar essa Declaração? Porquê, se pararmos para pensar, a troca partidária virou bagunça, e é movida apenas por interesses eleitorais (o candidato X se muda para o partido ABC apenas para fazer valer sua opinião na Casa da qual faz parte ou para ter mais chances de vitória nas próximas eleições).
Marcadores: Política
Anônimo - 14:01 |
domingo, 7 de outubro de 2007
Que é liberdade?, perguntou o jovem ao padre. E o padre perguntou a si mesmo: liberdade, o que é? Se devo falar sobre Deus, digo que liberdade é o vício do homem, o que nos é mais promíscuo, pois é por causa dela que pecamos!, mas que ainda assim nos é permitida. Mas se devo dizer da prática, que é liberdade senão a plena soltura do ser? A vida completa e sem limites, ou melhor, limitada pela própria liberdade, pois o homem verdadeiramente livre "encontra a lei na sua própria liberdade".
Mas como respondo eu a uma pergunta que, se ora vai pela minha fé, vai também contra o que acredito? Não sou eu, pois, livre para responder a isso - os votos me prendem! Meus compromissos com a sociedade, com a Igreja, não me permitem dar outra definição para liberdade que não seja "o livre-arbítrio de Deus". Mas quero pensar nela, secretamente, que seja, como o valor perfeito. Quero pensar que ela se limita a si mesma, e não precisa da intervenção constante de Deus (creio que foi esse o propósito Dele ao criá-la: pôs nesse valor universal dos homens uma chama de Si mesmo, um pouco do absoluto e do eterno).
E então disse o padre ao jovem, respondendo à sua pergunta: “Que seja a liberdade, para ti, aquilo que fazes contigo mesmo, o modo como modera a ti mesmo”.
“E aos outros, o que devo?”, retrucou o jovem.
Respondeu o padre: “Se fizeres algo a alguém, deverás prestar conta à tua liberdade antes mesmo de fazê-lo a outrem; não há juiz, como também não há carrasco, pior que o ser, que nós próprios, pois, quando entenderes a liberdade do outro como igual à tua própria, saberás como é terrível, para ele, tê-la ferida ou limitada, pois o é para ti. Aí então respeitarás os homens, pois os verá como uma extensão de si próprio”.[Trecho extraído do conto "O Padre"]
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Anônimo - 18:07 |
O objetivo do Vox
Populi é propor novas idéias e caminhos à sociedade visando a construção (por parte de
todos) de um mundo mais digno para todos os seres-humanos e demais espécies. Através de discussões
sobre os mais variados temas, dos ideais da raça-humana à preservação do meio-ambiente,
e inclusão de propostas viáveis feitas pelos leitores no balanço geral desses debates, o
Vox Populi visa criar um condensado de idéias compartilhadas por um grupo cada
vez maior de pessoas que possam realmente solucionar os mais variados problemas mundo
afora, tais como crises energéticas, divergências religiosas, aquecimento global, entre outros.
Desse modo, desejamos, junto aos leitores, encontrar para cada um dos campos de trabalho
do Vox Populi, o Político, o Social, o Econômico e o
Ambiental, soluções criativas e cabíveis para solucionar as mais diversas dificuldades
que esses apresentarem. Como lema de ação,
temos a seguinte frase do pensador francês Jean-Paul Sartre: "O importante não
é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de
nós”.
Em um futuro não muito distante, os humanos tiveram suas mentes aprisionadas em uma realidade vir-
tual, a Matrix, após a guerra contra as máquinas. Morpheus e a tripulação de sua nave, a Nabuco-
donosor, buscam desesperadamente o messias que, segunda uma profecia, poderá salvar a espécie humana.
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